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Será que eu sou só um selfinho bonito?
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Será que eu sou só um selfinho bonito?

Eu acabei de gravar um vídeo que ia além do meu rosto e me sinto muito feliz por isso!

E você pode estar se perguntando: “mas Gab, o que tem de incrível nisso?”

Simplesmente tudo!! Te explico….

Por muitos e muitos anos as únicas fotos aceitáveis, que eu conseguia olhar sem ódio, eram as fotos dos meu rosto, e olhe lá, porque aquelas que eu não estava prepara e eram expontâneas mostravam coisas que eu não queria ver, muito menos aceitar, tipo uma papada!

Já na selfie, eu sempre tive controle dos meus melhores ângulos e, felizmente, conseguia também publicar, o que nos dias de hoje quer dizer aparecer para o outro, fotos bem lindas, confesso que sou um selfinho bonito da internet!

Mas desde muito antes a internet já era assim, eu saia na foto atrás das minhas primas para não mostrar o corpo. O mais bizarro é que quando olho para as minhas fotos de criança e até mesmo adolescente eu me acho lindaaaaaaa, diferente, moderna, ousada.

E o mais louco é que a minha autoimagem era de uma criança muito obesa, muito feia, muito muito gorda mesmo! E quando me deparo com as imagens em que eu apareço de corpo inteiro, lógico que eu era gordinha, mas juro, a minha imagem mental era bem deturpada!

E essa distorção foi me acompanhando por toda a minha adolescência até a vida adulta, com uma série infinita de regimes, efeito sanfona,remédios para emagrecer, restrições, compulsão alimentar e o sempre os mesmos sentimentos: inadequação, rejeição pelo meu corpo e sensação de impotência!

Eu sempre pensava que para os outros até funcionava, mas para mim, NÃO. Até tentava de novo com algum tipo de nova dieta e restições, mas o ciclo era o mesmo, era muito radical, então, não funcionava da maneira que eu queria, o que me gerava frustração, depois ansiedade, eu comia compulsivamente já que tinha ficado um certo tempo sem comer e não tinha adiantado, e depois, me sentia culpada e mal engordava.

Mores, vocês não têm ideia que quantas vezes eu dei play nesse programa. E hoje, por ter mais clareza dele, eu consigo dar pause, e sei que estou a caminho de desinstalar esse programa da minha vida (ficou muito nerd esse trecho, mas quero que você perceba que é quase que como uma formatação de um computador)

Mas a questão aqui é: porque era tão fácil rodar esse programa?

  1. porque ele é muito familiar, já foi rodado milhares de vezes, então, é o que está mais fácil para ser rodado pelo cérebro.
  2. porque ele nunca foi questionado, é como esse programa fosse a única possibilidade, inclusive, socialmente falando.
  3. Fazer diferente significa romper com uma série de crenças familiares e sociais e, dessa forma, pertencer menos, ou seja, se sentir um ET.

Além disso, hoje eu tenho total clareza e consciência que eu rodava esse programa com a crença de que por meio do ódio, da raiva, da privação e sofrimento, eu em algum momento iria alcançar a felicidade, a autoestima boa e amor próprio. Essa é uma ideia maluca quando a gente lê, mas é aquela que a gente acaba caindo (né? Quem nunca?)

Imagina só você percorrendo a sua jornada de vida e na sua mochila você carrega raiva, ódio, auto rejeição, vergonha, e você vai caminhando, com a esperança de que ao longo dessa caminhada, esses elementos sejam transformados em autoestima boa, amor próprio e alegria. Sempre me pego tentando entender em qual momento a mágica iria ocorrer!

Sabe, quando eu começava algo com a premissa de que eu estava danificada que precisava me reformar, para só assim ter algum valor, eu vivia uma vida de escassez, já que meu foco era no que estava me faltando, naquilo que eu não tinha, naquilo que precisava ser eliminado, afinal, ai de mim falar que eu perdi 10 kgs, já que tudo que você procura você acha, eliminar é para sempre!

Eu sou muito a favor de utilizar a linguagem como uma ferramenta de auxilio a transformação pessoal #pnllover, mas no meu caso, eu percebi que a minha motivação inicial estava distorcida, ou seja, nem a linguagem correta poderia sustentar esse processos de mudança, uma vez que, muito embora existia uma motivação inicial, ele era construído a partir de uma sensação de fuga, de que precisava sair desse lugar o quanto antes.

Mas antes que esse texto fique muito longo, quero aqui celebrar a minha mudança de olhar e integrar o meu corpo a mim mesma! Ao olhar para o meu corpo, claro que tem várias coisas que eu quero mudar, mas a minha motivação agora é o amor, é poder viver mais! É olhar para ele e lembrar que ele é o meio pelo qual eu estou viva e isso é muito lindo!

A partir dessa conexão e por meio desse amor que estou aqui publicando algo que sempre esteve aqui! Por mais que você esconda, as pessoas que enxergam, são capazes de ver o seu corpo!

Por mais que você relute, esse corpicho que Deus te deu, está assim pelas suas escolhas! E isso, ao invés de te gerar culpa pode te impulsionar a escolher diferente, escolher com amor, com aceitação, com carinho para você mesma.

Para fechar eu quero te contar qual foi o primeiro passo em direção a rodar um programa diferente: me olhar no espelho nua com amor e carinho, admirar meu corpo e o tempo todo trazer para a consciência que só por meio do meu corpo eu estou viva na terra! Quanto tempo faz que você não se olha no espelho?

Vamos juntas nessa jornada nova que nos enche de medo e parece quase que impossível, mas ao menos é real!

Com amor, leveza e alegria

Gab